RH em Pauta

Por que as Vagas CLT Já Não Atraem Tanto os Jovens? Três Motivos que o Mercado Precisa Encarar

16/12/2025 | Por: https://www.atribunapiracicabana.com.br/

RH em Pauta

Nos últimos anos, uma pergunta tem se tornado cada vez mais frequente entre líderes e profissionais de RH: por que os jovens demonstram menos interesse pelas vagas CLT tradicionais? A resposta passa por mudanças profundas na forma como as novas gerações enxergam trabalho, carreira e qualidade de vida. Compreender esse movimento deixou de ser opcional — tornou-se estratégico para quem deseja atrair talentos em um mercado cada vez mais competitivo. 1. Flexibilidade vale tanto quanto salário. Para muitos jovens, a rigidez associada à jornada CLT é um dos principais fatores de afastamento. Horários fixos, controle excessivo de presença e pouca autonomia entram em choque com uma geração que cresceu conectada e acostumada a resolver problemas de qualquer lugar. Trabalho híbrido, remoto e flexibilidade de horários deixaram de ser diferenciais e passaram a ser expectativas básicas. Quando a vaga CLT aparece ligada apenas ao “bater ponto”, perde atratividade frente a modelos mais flexíveis. 2. Carreira linear não combina com um mundo acelerado O modelo tradicional de carreira — entrar na empresa, aguardar promoções graduais e permanecer anos no mesmo cargo — já não dialoga com o ritmo atual. Jovens buscam aprendizado rápido, diversidade de experiências e evolução visível. Muitos preferem projetos, trabalhos temporários ou múltiplas fontes de renda a um vínculo que, na percepção deles, limita experimentação e crescimento. Como destacou Zygmunt Bauman, “vivemos tempos líquidos”, e isso se reflete diretamente na forma como as pessoas se relacionam com o trabalho. 3. Segurança já não é sinônimo de estabilidade emocional. Durante muito tempo, a CLT foi vista como sinônimo de segurança. Para os jovens, essa associação mudou. Crises econômicas, demissões em massa e constantes reestruturações mostraram que nenhum vínculo é totalmente estável. Em contrapartida, saúde mental, propósito, ambiente saudável e equilíbrio entre vida pessoal e profissional ganharam peso nas decisões de carreira. Quando a vaga CLT não entrega esses elementos, o registro em carteira, por si só, deixa de ser atrativo. Isso não significa que a CLT perdeu sua importância. O que mudou foi o critério de escolha. Os jovens não rejeitam o regime, mas sim modelos engessados, culturas tóxicas e promessas vagas de crescimento. Empresas que revisam sua proposta de valor, investem em pessoas, oferecem flexibilidade real e criam ambientes de aprendizado contínuo conseguem, sim, atrair essa nova geração. Porque, no fim das contas, não é que os jovens não queiram trabalhar — eles só não querem trabalhar do jeito antigo. E é justamente aí que está o nosso desafio: repensar práticas, discursos e modelos para atrair esses jovens talentos. Na próxima semana, vamos aprofundar esse tema e discutir como as empresas podem se tornar mais atrativas para essa nova geração. Combinado?