RH em Pauta
Do achismo ao dado: como a rigorosidade sustenta decisões inteligentes
19/08/2025 | Por: @atribunapiracicabana
Em um ambiente corporativo cada vez mais dinâmico, onde prazos apertados, metas desafiadoras e pressões constantes fazem parte do dia a dia, surge um ingrediente essencial para a boa gestão de pessoas: a condescendência. Não estamos falando daquela postura passiva de “deixar tudo passar”, mas sim da habilidade de compreender, ponderar e flexibilizar diante das intenções e necessidades dos outros. É um recurso valioso para líderes que desejam equilibrar resultados e relacionamentos, evitando que a equipe se transforme em um campo de batalha de egos. Na prática, ser condescendente é demonstrar respeito pelas diferenças de pensamento e agir com complacência diante de situações que exigem mais compreensão do que rigidez. Em outras palavras, trata-se da flexibilidade inteligente: a capacidade de ceder em alguns pontos para avançar em direção a um objetivo maior. Como afirma Peter Drucker, considerado o pai da administração moderna, “as organizações são constituídas de seres humanos e sua gestão, portanto, deve considerar os valores, as motivações e os relacionamentos”. Esse olhar humano é justamente a base da condescendência bem aplicada. Outro autor que ajuda a clarear o tema é Daniel Goleman, referência em inteligência emocional. Ele lembra que “a empatia é uma das competências fundamentais para o sucesso de qualquer líder”. A condescendência, nesse sentido, é quase uma aplicação prática da empatia: entender o que o outro pensa e sente, mesmo quando isso não está 100% alinhado com a sua visão, e, ainda assim, buscar uma solução conjunta. No entanto, convém destacar que ser condescendente não significa “afrouxar a corda” ao ponto de perder a direção. É, antes de tudo, uma habilidade de equilíbrio. Afinal, quem nunca precisou abrir mão de um detalhe do próprio planejamento para não travar um projeto inteiro? Pense, por exemplo, em um gestor que insiste em uma apresentação no padrão corporativo mais rígido, mas que, ao perceber que o time ganha tempo e engajamento com um modelo mais criativo, decide flexibilizar. Resultado: todos ganham — inclusive a produtividade. Aplicando de forma prática, imagine uma situação em uma fábrica: o operador sugere uma forma ligeiramente diferente de organizar a linha de produção. O gestor poderia simplesmente dizer “não, aqui sempre foi assim”. Mas, ao ouvir com condescendência, ele avalia, testa e percebe que a sugestão melhora o fluxo. A equipe sente-se valorizada, o processo fica mais ágil e a empresa colhe resultados. Agora, se o gestor fosse inflexível, o ganho seria perdido — junto com a motivação da equipe. Na AssistRH, acreditamos que ambientes e hábitos que favoreçam relações condescendentes não apenas aumentam a produtividade, mas também fortalecem o bem-estar e a motivação das equipes, fazendo a diferença através das pessoas. Na próxima semana vamos abordar a importância de um perfil técnico em tempos tão desafiadores como o nosso. Combinado?