RH em Pauta
Do achismo ao dado: como a rigorosidade sustenta decisões inteligentes
22/07/2025 | Por: @atribunapiracicabana
Planejamento é, segundo o dicionário de competências da Sólides, a capacidade de organizar ações, processos e atividades para o cumprimento eficiente das funções de um cargo. Essa competência vai além de simplesmente estabelecer metas ou cronogramas. Ela exige visão estratégica, capacidade de análise, organização, definição de prioridades e, sobretudo, coerência entre o que se propõe e os recursos disponíveis para a execução. No contexto corporativo, o planejamento é o ponto de partida para qualquer ação bem-sucedida. Ele permite que decisões sejam tomadas com base em dados, cenários e objetivos claros, reduzindo riscos e otimizando recursos. Planejar significa antecipar o futuro para agir no presente de forma mais consciente, reduzindo imprevistos e melhorando a produtividade. Entretanto, no Brasil, o planejamento ainda enfrenta barreiras culturais profundas. Nossa herança histórico-social está fortemente associada ao improviso, à “gambiarra” e à ideia de que a criatividade substitui a preparação. Isso se reflete em organizações que operam em modo reativo, sem metas claras, sem cronogramas estruturados ou indicadores de acompanhamento. Soma-se a isso um ambiente econômico e político instável, que gera incertezas constantes e reforça a mentalidade de curto prazo. Muitos profissionais ainda veem o planejamento como uma burocracia ou uma perda de tempo. Porém, é justamente em cenários incertos que o planejamento se torna mais necessário. Planejar não significa engessar, mas sim se preparar com flexibilidade, criando caminhos alternativos e respostas rápidas a possíveis desvios. A ausência dessa competência gera impactos visíveis: retrabalho, desperdício de recursos, prazos não cumpridos e metas inalcançadas. Por outro lado, quando bem aplicada, essa habilidade transforma equipes, aumenta a produtividade e fortalece a tomada de decisão. Um exemplo de sucesso prático pode ser visto no case da Magazine Luiza, uma das maiores varejistas do país. Nos anos 2000, a empresa enfrentava desafios para manter a competitividade diante do crescimento do e-commerce. Ao investir fortemente em planejamento estratégico — desde a reestruturação logística até a digitalização dos processos internos —, a companhia conseguiu integrar o mundo físico ao digital com excelência. Criou planos de ação com metas claras, times capacitados, acompanhamento de indicadores e foco em inovação. O resultado foi uma transformação cultural que posicionou a empresa como referência em transformação digital no varejo nacional. Planejar é, portanto, mais do que uma tarefa de gestores: é uma mentalidade que precisa ser cultivada em todos os níveis da organização. Empresas que desenvolvem essa competência nos seus colaboradores não apenas melhoram seus resultados, mas se tornam mais preparadas para lidar com os desafios de um mundo cada vez mais complexo. Na próxima semana vamos abordar a Empatia. Combinado?