No ambiente de
trabalho, as competências técnicas podem até abrir portas, mas é o relacionamento
interpessoal que mantém essas portas abertas. A capacidade de estabelecer
conexões genuínas, construir confiança e criar vínculos saudáveis é um dos
fatores que mais influenciam o clima organizacional, a produtividade e, claro,
os resultados coletivos. Daniel Goleman já afirmava que “não são as capacidades
cognitivas que distinguem os melhores profissionais, mas sim as emocionais” — e
isso inclui a habilidade de se relacionar bem. Relacionamento interpessoal não
significa ser extrovertido ou falar o tempo todo. Significa saber ouvir,
perceber o outro, compreender perspectivas distintas e colaborar. É a arte de
conviver somando, não competindo. Como diz Dale Carnegie, “o sucesso de um
relacionamento está na capacidade de compreender o ponto de vista do outro e
fazer com que ele se sinta importante”. No trabalho, essa habilidade transforma
equipes comuns em equipes de alta performance. Para ilustrar, imagine o
seguinte cenário: duas áreas da empresa não se entendem há semanas. A
comunicação é truncada, pedidos chegam incompletos e as entregas atrasam. Um
colaborador decide chamar representantes das duas equipes para uma conversa
franca, mas respeitosa. Durante o diálogo, ele percebe que os conflitos não
tinham nada a ver com falta de competência — era apenas ruído de comunicação e
interpretações equivocadas. Ao facilitar esse alinhamento, ele devolve fluidez
ao processo e melhora a cooperação entre setores. Um detalhe simples: alguém
decidiu ouvir antes de reagir. E isso fez toda a diferença. Relacionamentos
interpessoais são como pontes: quando bem construídas, sustentam o trânsito das
ideias, das emoções e dos resultados. Mas quando negligenciadas, rapidamente se
deterioram. Por isso, pequenas atitudes diárias fazem grande diferença:
perguntar como o colega está, oferecer apoio, dar feedback com respeito,
reconhecer contribuições e praticar a empatia. Cada gesto reforça a mensagem de
que ninguém trabalha sozinho — e que o sucesso é sempre compartilhado. Quando
cultivamos bons relacionamentos, o ambiente fica mais leve, as pessoas se
sentem mais seguras para colaborar e os desafios deixam de ser um peso
individual para se tornarem um esforço conjunto. No fim das contas,
relacionar-se bem não é apenas uma habilidade profissional — é uma das maiores
demonstrações de maturidade emocional e de compromisso com o time. E,
conforme o combinado, na próxima semana vamos falar sobre o Entusiasmo
— aquela competência da Sólides que explica por que algumas pessoas já chegam
iluminando o ambiente antes mesmo de acender a luz.
GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional. Rio de Janeiro:
Objetiva, 1995.
CARNEGIE, Dale. Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas.
Rio de Janeiro: Sextante, 2012.